terça-feira, 31 de maio de 2011

Pelo menos um dia

Logo passa... Tudo passa
Hoje seja você a aventureira
Não caia na depressão
Olhe a sua volta existe vida em torno de você

Seja ousada
Abra a porta e saia também
Procure não pensar
Aja apenas com o coração
Esqueça um pouco a razão

Não deixe que tudo isso te prenda
Mesmo que esteja chovendo
Saia... Você não vai derreter
Não é feita de açúcar
Mesmo sendo um doce

Surpreenda a si mesma
Mude sua rotina
Faça você a sua historia
Escreva você sua vida
Seja mulher... Seja louca
Pelo menos um dia


Poema as Bruxas
Sorrir... Me faz jovem
Lembranças... Me deixam viva
A realidade... Me faz humana

domingo, 22 de maio de 2011

A Rã

Coro de cor
Sombra de som de cor
De mal me quer
De mal me quer de bem
De bem me diz
De me dizendo assim
Serei feliz
Serei feliz de flor
De flor em flor
De samba em samba em som
De vai e vem
De verde verde ver
Pé de capim
Bico de pena pio
De bem te vi
Amanhecendo sim
Perto de mim
Perto da claridade
Da manhã
A grama a lama tudo
É minha irmã
A rama o sapo o salto
De uma rã

domingo, 8 de maio de 2011

SAPINHA INFORMA: SAMHAIN - Por Corujito


Depois de Lughnasadh, os dias vão ficando mais escuros e a brisa do fim do dia mais suave e frio. Da janela vejo os agricultores colhendo o arroz, o cheio da palha amassada com o lodo, remete a uma nostalgia e a lembrança que um novo ciclo se inicia.


No rosto do agricultor, está estampado a máscara do trabalho árduo para colher o alimento do ano que está por vir, a bem aventurança de uma colheita farta e a garantia de mais um ano feliz com a mesa farta.

Os dias passam e a noite escura avança, deixando para trás em apenas uma lembrança a luz de Bel e o calor de Briga, dando espaço aos domínios da escuridão, do frio e da introspecção. É tempo de saudar o fogo sagrado que se alimenta na lareira deixando no ar o aroma da madeira lambida pelas labaredas e a fumaça traz à memória os tempos passados, as experiências vividas e a recordação dos entes distantes ou falecidos. Sorrisos se misturam com lágrimas a cada recordação, resgatando o amor e renovando dos votos e laços de sangue que unem o espírito e a todos da família.


Morrighan com o seu ar sombrio e sereno nos remete a reflexão de nossos atos, ao aprendizado e experiências vividas, os erros e aos acertos, as quedas e as vitórias, triunfos da jornada percorrida, para o guerreiro que passou um ano cheio de lutas e se resguarda para renovar as energias para as batalhas pessoais que estão por vir, outros acreditam que já viveram todas as batalhas necessárias dando as mãos a Grande Rainha para a sua jornada invernal.

É tempo de saudar os mortos, prestar homenagem aos ancestrais deixando a mesa o espaço de direto, demonstrar o respeito pela sabedoria oferecida e a acolhida em uma noite tão singular. Nesse pequeno gesto há a reverencia aos ancestrais mortos e a firme convicção que não há distinção entre o mundo visível (humano) e o invisível (dos mortos). A hospitalidade ensinada pelos antepassados ultrapassa a recepção permitindo que espíritos não convidados participem dos festejos, não deixando de serem bem recebidos e todos tratados com respeito.

Os portais do Sìdhe estão abertos, a cada fenda na terra as fadas invernais sobem a superfície para se juntarem aos festejos humanos. A fogueira que aquece a carne infla os olhos, alimentando o espírito de esperança. Nela são jogados os objetos que representam a esperança e o sofrimento da clan, símbolos de renovação e cura. As feridas nesse momento cicatrizam-se rejuvenescendo a promessa feita, aquecendo o coração partido e a busca de novos objetivos e itentos. O corvo gralha lá fora, reclamando pelo alimento, pelas oferendas dadas num gesto de agradecimento, lembrando-nos do nosso lado sombrio, a terra úmida e lodosa que criamos com os nossos pensamentos fúteis e sombrios, levando-nos a introspecção e a reflexão de nossos atos. Uma viagem sem igual aos caminhos do inconsciente, do lado sombrio que espreita o Bruxo, ao inimigo eterno e seu melhor companheiro.

Após passar por seu campo de sorte e infortúnios, o guerreiro colhe o aprendizado necessário e a noite passa, dando espaço a luz novamente, lembrando-nos que após a noite escura e sombria, sempre há o retorno de Bel com sua face brilhante e o conhecimento transmutado em sabedoria.



Autor: Corujão

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Domínios

Já tentaram me dominar de vários modos.

Já tentaram domar as minhas mãos,
com esmaltes brancos, francesinhas e florzinhas.

Já tentaram domar os meus cachos,
com escovas, chapas e mechas californianas.

Já tentaram domar os meus seios,
dizendo que eram grandes, caídos, desproporcionais.

Já tentaram domar o meu ventre,
com lipos, plásticas e abdominais.

Já tentaram domar o meu sexo,
ordenando-me como fazer, com quem e quando.

Tentaram então controlar meus pensamentos,
dizendo-os impuros, imprópios, impertinentes.

Não satisfeitos, disseram que era errado ser mulher.
Que a mostras maior do poder feminino era vermelha demais,
suja demais,
demorava demais.
Dava câncer.

Forçaram-me a acreditar em algo sem sentido,
a ter fé em ser fálico, masculino, diferente de mim.

Colocaram-me numa fôrma e disseram:
trabalhe desse jeito
aja desse jeito
seja desse jeito....
Ora, deixem-me!
  
Eu faço o que quero
trabalho como quero
me visto como quero
vou aonde quero
transo com quem quero
amo quem quero
penso o que quero
falo o que quero
sou o que quero!

Não me venha com frases-feitas,
provérbios antigos,
pensamentos estagnados
dogmas inabaláveis
piadas de mau gosto diminuindo o meu gênero.

Sou fogo e água, antiga e jovem
Venho do Norte, trazida pelos ventos do Sul
Minha vida é a eterna dança
no caldeirão de possibilidades
que criei para mim mesma.


Olivia Frade Zambone

domingo, 1 de maio de 2011

MORRIGAN

Morrigan (Morrigane/Morrigu), filha de Étrange (Ernmas), é a Senhora do fim e da morte, tendo como animal representativo um corvo. Uma das grandes deusas da tribo dos Thuatha Dé Danann.
Narrada como uma magnífica e sensual mulher com cabelos negros que vão até a cintura, por vezes vestidas com a cor vermelha como o sangue e com uma pena negra presa em suas tranças. É a imagem tradicional de uma deusa da guerra, da sexualidade e da magia, estando estes três domínios indubitavelmente associados à tradição celta em que os guerreiros recebem duma mulher a iniciação sexual, mágica e guerreira. Reinava sobre os campos de batalha e  junto com suas irmãs Badb e Macha eram conhecidas pelo nome de " Três Morríghans" relacionadas a triplicidade que para os celtas, significava a intesificação do poder. Associada aos corvos, ao mar, as fadas e a guerra, além da associação à Maeve, rainha de Connacht, casada com o rei Ailill e a Morgana, das lendas arthurianas. Um bom exemplo destas características é quando Lugo (Lugh) pergunta para Morrigan qual seria a sua contribuição para derrotar os exércitos dos Fomoire (dentro da segunda grande batalha de Mag-Tured) ela responde: "Não te preocupes: tudo o que eu quiser alcançarei, graças ao poder dos meus feitiços. A minha arte aterrorizará de tal modo os Fomore que a planta dos seus pés ficará branca, e os seus maiores campeões terão uns a seguir aos outros devido à retenção da urina. Quanto aos outros guerreiros, fá-los-ei ter tanta sede que ficarão enfraquecidos, e farei com que todas as fontes fujam deles de modo a não poderem matar a sede. E enfeitiçarei as árvores, as pedras e as elevações de terra de tal modo que, confundindo-as com contingentes de homens armados, os inimigos nelas se perderão cheios de terror e de pânico".
Nos mitos relacionou-se com Dagda e apaixonou-se pelo grande herói celta, CuChulainn, que despertou toda sua fúria, ao rejeitá-la. Deusa da morte e do renascimento, da fertilidade, do amor físico e da justiça.

Em honra a Morrighan...



Morrigan - Omnia

Sobre morros e sobre prados
Veja o corvo voar, sinto a sua sombra
Sobre bosques e sobre montanhas
Procurando por uma guerra


Suas asas abraçam cada luta e batalha
Onde espadas se confrontam e carros batem
Buscando a aquele em cujo tempo
Chegou a ter a lâmina


Morrigan antiga anciã da guerra
Eu vejo seu rosto, eu não vou chorar mais
Morrigan antiga anciã da guerra
Venha me levantar em suas asas


Morrigan antiga anciã da guerra
Eu ouço sua voz, eu não respiro mais
Morrigan antiga anciã da guerra
Venha libertar meu espírito


Mate por Morrigan
Mutile por Morrigan
Lute por Morrigan
E você vai
Destruir por Morrigan
Morrer por Morrigan
Morrigan antiga anciã da guerra